Não muito clara, iluminada apenas com a luz fraca do poste, a rua mostrava imensa desertificação. À espreita, entre as poucas árvores da pequena rua, Valdir era dominado pela ânsia. Não ligava mais para a pasta que estava em suas mãos, apenas via o cachorro latir e comprovar o que supostamente tinha em sua mente. Ali ficou paralisado, deixando correr um turbilhão de idéias, mostrando seu rosto cansado, vermelho, a vida verdadeira que ainda não tinha percebido. Não tinha mais volta. Era ficar ali e esperar acontecer.
Cada vez os cachorros latiam mais e a mulher que antes estava dormindo, acordou com um leve sorriso em seus lábios distorcidos pelo leve amanhecer do dia. Olhando pela janela comprovou quem era no portão de sua casa e viu que o homem já tinha passado pelo portão principal. Cada passo que ele dava o latido se tornava mais alto. Não tinha como acordar os vizinhos, era uma casa sozinha.
A lágrima passava pelo rosto brando de Valdir. Só um fator passava na sua cabeça. Em meio a tantas circunstâncias estava sendo forte. Sua vida não tinha mais sentido ali naquela árvore. Era um estranho para si mesmo. Brutal o que seus olhos estavam lhe mostrando. Mas não podia se enganar. Pegou sua pasta e foi em direção ao caminho banal de uma vida inteira em passos largos, afim de não perder a sua constante locomotiva.
***
Não existem mais palavras com o intuito em designar o que Valdir está sentindo. Não existe mais dor. O costume de conviver com aquela amarga falsidade virou rotina. Seria teatro ou a constante interpretação desta sociedade voluptuosa? Com um leve carinho frio, Valdir sentiu o sedoso cabelo e embaraçado de Constancia – entrou no quarto e deitou-se. Seria um novo dia, o amanhã.
Hoje Valdir não estava constante, sua locomotiva tinha ido embora. O brilho dos seus olhos não dizia mais nada. Eram diferentes, como lentes azuis em olhos negros. Deixou o cachorro latir mais alto. Apesar de não ser tão estranho, o cão sabia que aquele cheiro não era do seu dono.
Aqueles amantes da manhã não escutavam mais os latidos. Calmaria da brisa graciosa em uma tarde no campo. Ele queria ver, foi mais perto. Queria sentir o mesmo cheiro do cão. Pegou na maçaneta quente e viu o que já sabia. Não era mais que sua fiel mulher e seu querido irmão em abraços e apertos voláteis.
Aquele homem dominado não exitou em escandalar sua moral. Deixou sei irmão fugir. Pulou a janela e o feroz cão negro o atacou, deixando escapar sangue entre as paredes do quintal. Valdir escutou cada grito com os olhos atentos em Constancia. Para buscar sua moral perdida, levou-a até o centro da pequena cidade e despiu aquele corpo perfeito. Não mais para ele. Perdida, não tinha mais caminho, deverá ser a nova mulher fácil do cabaré mais próximo.
domingo, 11 de janeiro de 2009
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Brazil de enredos e futebol
Profissionalmente, somos conhecidos pelos belos peitos e bundas brasileiras, além do "Grande" rei Pelé. A porta de entrada para este país tão internacional, já que cultuamos e copiamos o que a mídia nos apresenta, não obstante, sem roubar, com toda nossa camaradagem, dispomos ao mundo nossa grande inteligência, sem ao menos, nós mesmos, percebermos a tal.
O que faz pensar, este brasileiro, tão sofrido, de que não somos capazes de ser um país de 1º mundo, já que estamos entre os cinco, e diferenciado, dos Estados que mais crescem, por assim dizer?
Neste grande mundo em que vivemos (referindo-se ao Brasil), de capitais e capitanias, comanda quem tem o maior poder aquisitivo, assim lado a lado com cada ladrão - ladrão que rouba ladrão não tem cem anos de perdão? - a máfia furtando o lugar do cidadão inocente. Mas será que existe inocência nesta selva? Ou será que a Lei é a da sobrevivência?
Sentado, alado aos nossos pensamentos, " de corja!", visualisamos um país fora do comum, que tanto renegamos, mas que quando chega a festa carnavalesca e a copa do mundo, vestimos nossa camisa e gritamos: " - Sou brasileiro de coração".
O que faz pensar, este brasileiro, tão sofrido, de que não somos capazes de ser um país de 1º mundo, já que estamos entre os cinco, e diferenciado, dos Estados que mais crescem, por assim dizer?
Neste grande mundo em que vivemos (referindo-se ao Brasil), de capitais e capitanias, comanda quem tem o maior poder aquisitivo, assim lado a lado com cada ladrão - ladrão que rouba ladrão não tem cem anos de perdão? - a máfia furtando o lugar do cidadão inocente. Mas será que existe inocência nesta selva? Ou será que a Lei é a da sobrevivência?
Sentado, alado aos nossos pensamentos, " de corja!", visualisamos um país fora do comum, que tanto renegamos, mas que quando chega a festa carnavalesca e a copa do mundo, vestimos nossa camisa e gritamos: " - Sou brasileiro de coração".
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